Publicado por: projetoviramundo | agosto 4, 2008

“De uma cidade, não aproveitamos as suas 7 ou 77 maravilhas, mas a resposta que dá às nossas perguntas.”

os dois irmãos e as duas irmãs

os dois irmãos e as duas irmãs

As Cidades Invisíveis de Ítalo Calvino

 

Publicado por: projetoviramundo | julho 28, 2008

Festival de Cinema Viramundo

Cartaz Projeto Viramundo

Depois da moradia e das dificuldades de abastecimento da ilha, com o consequente aumento generalizado dos preços, o principal problema citado pela maioria dos nossos entrevistados foi a ausência de uma programação cultural mais intensa e constante. A falta de um cinema foi especificamente citada por muitos.

É por isso que o Cine TAMAR está voltando e os viramundos dão o pontapé inicial. O Festival de Cinema Viramundo será realizado no auditório do Centro de Visitantes do TAMAR em Fernando de Noronha, de quarta-feira (30/07) até domingo (03/08), sempre com duas sessões, a primeira às 18h e a segunda às 22h.

Confira a programação:

 

Dia

 

18:00

 

22:00

 

Quarta-feira

30.07

Juno

Juno é uma adolescente que engravida de maneira inesperada de seu colega de classe. Com a ajuda de sua melhor amiga e com o apoio de seus pais, ela decide deixar seu filho com um jovem casal disposto a adota-lo.  

Comédia/drama, EUA, 96 minutos

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

Uma jovem do subúrbio se muda para Paris, onde após devolver um objeto ao seu antigo dono resolve ajudar as pessoas a sua volta com pequenos gestos.

Romance, França, 120 minutos

 

 

Quinta-feira

31.07

Brilho Eterno uma Mente sem Lembrança

Joel fica atordoado ao descobrir que sua garota, Clementine, apagou da mente as lembranças de seu tumultuado relacionamento. Desesperado ele procura fazer o mesmo tratamento, mas durante o processo ele percebe o quanto ainda a ama.

Drama, EUA, 108 minutos

Frida

Frida Kahlo foi uma das principais artistas mexicanas. Conceituada e aclamada como pintora, ela teve um casamento aberto com Diego Rivera, seu companheiro também nas artes, e um controverso romance com Leon Trotsky, e com várias outras mulheres.

Drama, EUA, 123 minutos

 

 

Sexta-feira

01.08

Bonecas Russas

Com 30 e poucos anos, Xavier trabalha como escritor de telenovelas e jornalista freelancer mas sonha poder ser livre para escrever suas próprias histórias. Ele parte pela Europa em busca do verdadeiro amor. Continuação do sucesso Albergue Espanhol.

 Romance, França, 129 minutos

Mar Adentro

Ramon viajou muito em sua juventude até sofrer um acidente que o tornou tetraplégico. Após 30 anos em uma cama, seu único desejo é terminar com sua vida dignamente. Com a chegada de duas mulheres alternará seu mundo.

 

Drama, Espanha, 125 minutos

 

 

Sábado

02.08

Buena Vista Social Club

Uma viaja pela Cuba de agora que relembra seu passado, revivendo através da musica, uma cultura esquecida e que de repente, ressurge no coração das platéias de Havana e de todo o mundo.

Documentário, Cuba, 100 minutos

O Grande Lebowski

Jeff Lebowski é um desocupado que gasta seu tempo ouvindo rock e jogando boliche. Sua vida muda quando é confundido com um milionário da Califórnia. Acaba se envolvendo com bandidos, advogados atrapalhados, detetives, seqüestradores e com a polícia. Para resolver a situação procura seu amigo, veterano do Vietnã,  Walter. Os dois passam por situações hilariantes.

Comédia, EUA, 117 minutos

 

Domingo

03.08

Shrek 3

O Rei Harold, pai de Fiona, morre repentinamente. Com isso Shrek precisa ser coroado rei, algo que ele jamais pensou em ser. Juntamente com o Burro e o Gato de Botas, ele precisa encontrar alguém que possa substitui-lo.

 Animação, EUA, 93 minutos

Benjamin

Ao conhecer a jovem Ariela Mase,  o ex-modelo Benjamin revive as belezas e angustias do amor. A jovem ainda vai lhe oferecer a chace de entrar em paz com a sua consciência.

Comédia, Brasil, 120 minutos

Publicado por: projetoviramundo | julho 28, 2008

Neuronha e euforonha

Fica a dica para o pessoal da psicologia que queira fazer suas pesquisas na praia. Os fenômenos noronhenses ainda são praticamente inexplicados. Apesar disso, o senso comum e a experiência pessoal me indica são fenômenos opostos.

A euforonha seria a sensação de que deus existe e que vem passar um tempo em Noronha quando está de bom humor. Outros efeitos comuns são o sentimento de adequação com a natureza e de que no fundo as coisas fazem sentido, apesar dos constantes esforços da humanidade em provar o contrário. O sentimento é mais comum nos primeiros dias, para aqueles recém chegados à ilha, mas mesmo os que aqui vivem há muitos estão sujeitos a ele.

Já a neuronha está associada à sensação claustrofóbica de estar numa ilha a mais de 300 km de qualquer existência verossímil pra quem passou a vida inteira em terra firme. Comparo a neuronha com o que senti no dia em que a chave do meu quarto quebrou na fechadura lá em Brasília, me deixando preso. Não foi exatamente a vontade de sair que me deixou agoniado, mas a certeza momentânea de que, caso quisesse sair, naquele instante seria impossível.

É mais ou menos o que algumas pessoas sentem aqui em alguns finais de tarde ou dias chuvosos. Não é AQUELA vontade TODA de voltar pro continente, é mais a opressão de fechar os olhos e apontar uma direção paralela ao solo tendo a certeza de que ali é o mar. É percorrer num só dia mais de 3 vezes a BR 363, do Sueste ao Porto, ou nem sair do quarto sabendo que a rodovia continua ali, suspensa e desconectada do resto do mundo.

Cauê Maia

Publicado por: projetoviramundo | julho 27, 2008

Praia do Boldró

A praia que fica mais próxima de nosso alojamento é a praia do Boldró. Foi a primeira que visitei e, por conseqüência, foi nela que realizei o meu ritual, aquela conversa com o mar que citei no outro texto. O Boldró é uma das praias que mais se parece com as do continente. Talvez por ser mais acessível. Lá existe um barzinho e acontece até de alguns guarda-sol serem fincados em suas areias (contrariando as curiosidades postadas pelo Feijão).

É costume bobo dos seres humanos, mas levamos mais tempo para valorizar o que está próximo da gente. Sempre que íamos a outras praias chegávamos com uma enorme ansiedade de mergulhar. A briga pelo equipamento de mergulho (só temos dois) era (e continua sendo) inevitável. Já no Boldró, que é tão pertinho, íamos apenas para banhar ou ver o pôr-do-sol.

Só anteontem, eu e o Cauê tivemos a idéia de mergulhar lá. E mesmo assim, não foi nada programado, apenas aproveitamos que o snorkel estava à mão. E preciso admitir que foi o melhor mergulho que fiz em Noronha até agora. Foi nele que aconteceu uma das coisas mais lindas que já vi.

Estávamos nadando há um tempo. Já tínhamos visto algumas tartarugas, um trombeta (quando terminar de ler, procure a foto no Google, que vale a pena) e arraias. De repente, uma enorme nuvem de peixes bem pequenininhos começou a se aproximar da gente. Eram milhares deles. Um paredão em movimento sincronizado. E com cores que mudavam de acordo com os raios de luz que penetravam na água. Quando percebi, havíamos sido engolidos pelo cardume. Para todo lado que olhava, só via a massa de peixinhos, que agora não estavam mais tão organizados, pois tinham que se desviar dos obstáculos (eu e o Cauê).  

Ficamos assim algum tempo, completamente hipnotizados pelo o que estava acontecendo. Parecia que estávamos no meio de um olho mágico (aquele livro em que é preciso ficar vesgo para ver imagens em 3D). Mas, em um átimo de segundo, aquele encantamento foi quebrado. Um enorme buraco se abriu entre os peixinhos e apareceu um peixão comendo eles. Depois disso, fiquei morrendo de medo. A qualquer momento poderia aparecer um tubarão para me devorar junto com o cardume. Comecei a fazer sinais para sairmos dali. O que ainda demorou um pouco, pois foi difícil acharmos a saída no meio das sardinhas.   

O que me chamou mais atenção foi que no meio da agonia, fui até a superfície para tirar a água que tinha entrado na máscara. E estava tudo tão calmo. Nem parecia que lá embaixo existia toda aquela movimentação. O fundo do mar é um outro mundo. Uma realidade completamente estranha a nossa. São animais e plantas em cores e formatos, que eu só tinha imaginado nos desenhos que fazia enquanto era criança. Agora vejo o Boldró de uma maneira diferente.     

c.

Publicado por: projetoviramundo | julho 27, 2008

espécie invasora

espécie invasora

Hoje entrevistamos o Daniel, pescador, que foi preso, algemado e levado para Recife onde dividiu cela com assassinos e estupradores porque construiu sua casa no seu terreno e seu terreno fica dentro do Parque Nacional Marinho, área de preservação total dos recursos naturais.

Respondendo à pergunta da Didi, dentro desta área são permitidas as atividades de pesquisa, educação ambiental e turismo ecológico, além da contemplação e reflexões sobre a perenidade da vida perante a infinitude do cosmos e etcétera.

Dentre essas atividades, o turismo é o principal gerador de renda direta e indireta para o povo daqui. Fora o turismo, outras atividades que sustentam muitas famílias da ilha são aquelas ligadas ao funcionalismo público.  

Daniel nos contou que para o povo mais pobre daqui a pesca, que pode ser praticada de maneira controlada e restrita em locais específicos, ainda é o principal  meio de subsistência. A Camilla ficou com a câmera, com as fotos do Daniel, então coloco uma representando uma espécie invasora (introduzida na ilha por humanos) só pra constar.

Cauê Maia

Publicado por: projetoviramundo | julho 26, 2008

Por aqui Jesus é mergulhador e se chama Ulisses. Ganhou o apelido interpretando o barbudo na representação da paixão de Cristo organizada pela dona Nanete.

Nanete, embaixadora cultural e patrimônio de Noronha, organiza as festas de São João, de aniversário e tudo mais que pintar. Já foi entrevistada por nós e contou que só não apresenta seu maracatu na França porque tem medo de perder as adolescentes pelo caminho ou de voltar com mais crianças do que foi.

Não menos ilustre, o seu Lunga, citado por Jesus, era um cara pouco tolerante que morava por aqui. Um dia pediu água à esposa.

– Quer que traga no copo – Ela perguntou.
– Precisa não. Jogue no chão e traga com um rodo – ele respondeu.

Na foto as ruínas do Forte dos Remédios, com o Pico atrás, se é que vocês me entendem.

Publicado por: projetoviramundo | julho 25, 2008

 

Brasília é diferente de tudo o que existe no mundo e, como boa brasiliense, estou acostumada aos estranhamentos que visitantes sentem ao pisar na capital a primeira vez. “Nossa, não tem esquina!”. “Os prédios são todos baixinhos e iguais”. “Aqui não tem pessoas andando pelas ruas”. Esses são alguns dos comentários que normalmente ouço por ai.

Mas a impressão sobre a cidade que mais me chamou atenção foi, sem dúvidas, a de Clarice Lispector. Esposa de embaixador, a escritora fez algumas visitas a Brasília e com ela construiu uma intensa relação de encanto e incômodo, que apenas o que é muito singular pode nos causar. Por mais que admirasse o texto de Lispector, nunca tinha sentido tal sensação. Afinal o estranho para ela é o cotidiano para mim. Enfim chegou a minha vez.

Fernando de Noronha é a única ilha oceânica habitada do país. Além de uma beleza extraordinária, o lugar possui uma história muito peculiar. Foi como uma prisão a céu aberto (essa expressão também usada por Clarice para definir Brasília), que Noronha recebeu seus primeiros habitantes. Apesar de isso ter acontecido há muito tempo atrás, a sensação de estar preso é recorrente a muitos moradores. Em várias entrevistas isso foi relatado.  

Estar ilhado é quando os pensamentos não conseguem mais atravessar a linha do horizonte. O mesmo mar que você olha com todo o encantamento do mundo, pois sabe que todas as outras praias perderão a graça depois de ter passado por aqui, é também o seu algoz. Ele te cerca por todos os lados. O que costumava ser sinônimo de liberdade se tornou, de repente, uma barreira intransponível.

Sempre tive uma relação muito forte com o mar. Certa vez me disseram que sou filha de Yemanjá e, não posso negar, adorei a idéia. Superstição ou não, quando viajo para cidades litorâneas, a primeira coisa que faço é molhar apenas os pés em suas águas e agradecer por, mais uma vez, ter a chance vê-lo. E dessa vez não foi diferente. Mas, agora, o mar se apresentou de maneira muito maior para mim. Ou fui eu que fiquei muito menor para ele.

Crise de identidade, vingança de deuses e orixás, ou talvez a tão temida neuronha. É difícil definir essa sensação. Não digo que estou à deriva, pois isso significa estar perdida e perder-se por aqui é artigo de luxo. Também não estou arrependida. Dizem que só entra na ilha quem ela escolhe, então estou no lugar certo. E também não nasci em lugar comum para sempre saber onde vou chegar. Sigo estranha em meus estranhamentos. E que no caminho, os lugares singulares entrem no plural.

 

c.

Publicado por: projetoviramundo | julho 25, 2008

Noronha fica a 545 km de Recife, a 360 km de Natal, a 830Km de Fortaleza, e a 1220 Km de Salvador. São aproximadamente 3500 habitantes hoje.

A ilha principal tem 17 km², das quais 70% dentro da área do Parque  Nacional Marinho, onde é proibida qualquer atividade que utilize recursos naturais (pesca, agricultura, contrução civil e quase todo o resto).

Nesta parte da ilha são permitidas apenas as atividades de pesquisa científica, educação ambiental e turismo ecológico.

Publicado por: projetoviramundo | julho 24, 2008

Submundo – tartarugas marinhas

Um dia li um texto do Borges que explicava que a primeira tartaruga que existiu, aquela que deu origem ao Planeta Terra, surgiu da luz da constelação de sagitário. Símbolo de longevidade, paciência, proteção, segurança. Era uma justificativa melhor do que a primeira que me lembro para o início da minha fixação por tartarugas.

Michelangelo foi o nome do meu primeiro gato siamês, lá pelos meus 8 anos, não em homenagem ao pintor renascentista, mas sim à tartaruga ninja de máscara laranja. Não tenho certeza o que foi causa e o que foi conseqüência, mas as ninjas passaram e as tartarugas permaneceram na forma de chaveiros, luminárias, bonecos, peças de artesanato.

É pena neste momento não termos uma câmera subaquática. As espécies são conhecidas, documentários e programas educativos sobre a vida marinha são abundantes, mas ficar cara a cara com as raias e nadar com as tartarugas tem sido uma experiência que eu gostaria de registrar.

O resto da equipe estava em Recife, perdida nas desconexões da Varig, enquanto eu e o Feijao, que desconfiamos desde o princípio da pontualidade da empresa, chegávamos em Noronha. A despeito da chuva que se anunciava fomos para o Boldró, a praia mais próxima. E ali mesmo, sem máscara de mergulho nem nada vimos a primeira tartaruga da viagem, emergindo a poucos metros de nós para respirar.

No dia seguinte veria mais uma, descansando num buraco em meio aos corais da Baía dos Porcos. Nesses primeiros encontros fiquei apenas paralisado, sem respirar. Foi aos poucos que comecei a acompanhá-las a distancia.

Hoje já não me sinto tão estrangeiro no mar e estou me acostumando a nadar na presença e no ritmo das tartarugas. Já fiz algumas amigas, como a famosa Mordidinha e duas de-pente juvenis (tartarugas que não atingiram a idade de reprodução e ficam nos arredores da Ilha se alimentando e ganhando peso antes de se jogarem numa corrente transoceânica qualquer), que volta e meia aparecem na Baia dos Porcos ou do Sancho.

Vejo com o encantamento de um pai diante do filho recém nascido as tartarugas-de-pente comendo águas-vivas e corais, respirando, tirando um relax nas pedras, ou só fazendo a ronda pelos corais com os peixinhos coloridos dando uma polida no casco. Se eu soubesse antes que a sistematização das informações coletadas com o acompanhamento destes seres poderia ser uma profissão, é possível que minhas escolhas fossem outras no passado.

Caue Maia

Publicado por: projetoviramundo | julho 21, 2008

Curiosidades de Noronha

 

Praia do Boldró
Praia do Boldró

É uma ilha. Portanto, só se chega de barco ou avião.

É um sítio do patrimônio mundial.

Antigamente a ilha era um presídio.

Fernando de Noronha é um Distrito Estadual de Pernambuco, sendo o único Distrito Estadual do Brasil.  

Não tem prefeito, mas sim um administrador escolhido pelo governador de Pernambuco.

As pessoas não pagam IPTU, pois ninguém é dono de nada.

Quem não tem o “Green Card” da ilha paga 36 reais de permanência diariamente.

Muitos empregos são temporários, pois é difícil se adaptar à vida em Fernando de Noronha.

O turismo é a base da economia local.

Famílias moram em quartos e fazem o restante da casa de pousada.

As praias não têm guarda-sol para todo lado, tampouco barraquinhas. As pessoas querem mesmo é ficar na água.

A água da cidade é retirada do mar e dessalinizada.

Uma garrafa de 1,5 litro de água custa 5 reais.

Grande parte do peixe consumido na ilha é comprado no continente, assim como a maior parte da comida.

Querem castrar todos os animais domésticos da ilha.

A ilha tem 3,4 mil habitantes e 800 animais domésticos.

A energia é produzida a partir da queima do diesel.

O limite de carros era 100 unidades, hoje são 800. Tá na hora de castrar os carros.

Taxista dá carona.

O único banco é o Banco Real.

Publicado por: projetoviramundo | julho 19, 2008

Forte dos Remédios

Vista panorâmica do forte.

Morro do Pico

Morro do Pico

 

Morros Dois Irmãos

Morros Dois Irmãos

 

Vila dos Remédios

Vila dos Remédios

Publicado por: projetoviramundo | julho 15, 2008

Paraíso?

Domicio na prosa e Rebeca no Boom

 

A aula foi boa. Domício, nosso entrevistado, costumava pegar pesado com seus alunos de Agronomia mas foi um pai pro nosso documentário. Duas horas de conversa franca e contundente. Com a experiência de quem já administrou Fernando de Noronha e desmistificou o tão falado paraíso. “Atrás de toda a beleza dos corais se esconde uma situação socialmente caótica e ambientalmente com potencial de danos sérios”. Palavra de quem entende e ama esse lugar.

Segue trecho da entrevista:

Não há uma democracia política na ilha, a panela de pressão se esvazia quando o processo democrático se instala, eu elejo e sou eleito. Foi o que aconteceu com o Brasil. Toda aquela complicação do regime militar, toda aquela reação e hoje se administra questões muito mais complexas, porque há um processo democrático de debate, de discussão, Noronha não, Noronha tem um administrador geral, escolhido pelo governo de Pernambuco.  

João no texto, Melissa na foto, Rebs no Boom.

Publicado por: projetoviramundo | julho 15, 2008

Equipe Viramundo, é nóis na praia.

Praia do Porto.

Tartarugas, raias, moréias, peixes variados, nem dava pra acreditar.

Publicado por: projetoviramundo | julho 14, 2008

Sou viramundo virado
Nas rondas da maravilha
Cortando a faca e facão
Os desatinos da vida


Gritando para assustar
A coragem da inimiga
Pulando pra não ser preso
Pelas cadeias da intriga

Prefiro ter toda a vida
A vida como inimiga
A ter na morte da vida
Minha sorte decidida

Sou viramundo virado
Pelo mundo do sertão
Mas inda viro este mundo
Em festa, trabalho e pão

Virado será o mundo
E viramundo verão
O virador deste mundo
Astuto, mau e ladrão

Ser virado pelo mundo
Que virou com certidão
Ainda viro este mundo
Em festa, trabalho e pão

 

Gilberto Gil em “Louvação” (1967)

Publicado por: projetoviramundo | julho 12, 2008

Mabuias

Mabuias

-Tripulação, preparar para a aterrissagem!

Assim começou a euforonha. O avião passou por uma camada de nuvens e, aos poucos, a ilha foi aparecendo. Sensação inexplicável, principalmente para quem estava nas janelas do lado esquerdo, direção na qual o avião fez a curva em volta da ilha. O dia estava nublado, porém os olhos radiavam diante daquela cena. Segundos inesquecíveis e o avião tocou o solo.

Do pequeno aeroporto, seguimos para o alojamento. Encosta a mochila no canto, arruma uma coisinha ou outra e praia. A do Boldró estava mais perto, foi para lá que seguimos. No caminho, Luís Paulo, que nos recebeu no aeroporto, brincou:

-Vão tomar chuva na praia? 

-Até de granizo, se for o caso, festejamos entre nós.

Mais uns passos e chegamos. Recebidos por uma comunidade de mabuias – habitantes da descida de pedras que nos separava da areia – a euforonha ainda nos dominava. Nesse estado, paramos para uma breve contemplação.

Começamos a descida. Ao pisar na areia, um abraço de comemoração e mais nada antes de correr para o mar. Com água na altura do peito e lá embaixo a imagem nítida dos pés, apenas um comentário:

-Que pena, só faltam mais 29 dias.

Tomado pela euforonha, cada dia que passa parece valer mais que um dia normal.

Euforonha – sensação eufórica inexplicável de quem pisa na ilha pela primeira vez.

Mabuias – espécie de lagarto residente na ilha.

Publicado por: projetoviramundo | julho 11, 2008

Viramundo

pôr-do-sol na praia do Boldró

pôr-do-sol na praia do Boldró

Vira vida, vira sorte, que o mundo a gente vira. Sem lenço e sem documento, só com câmeras e equipamentos nas mãos. E muitas idéias na cabeça. Esse é o projeto Viramundo. Uma iniciativa de seis estudantes de Brasília que buscam ver o mundo de um jeito diferente. A primeira parada, especialmente escolhida por nós e especialmente abençoada pela natureza, é Fernando de Noronha, uma ilha oceânica localizada no litoral brasileiro. Um paraíso, sem dúvidas. Principalmente para o turista que passa apenas alguns dias desfrutando as infinitas belezas naturais do lugar. Mas e os  moradores? O que eles têm a nos dizer sobre a vida que vai além das praias e passeios turísticos? Esse é o nosso objetivo: produzir, em um mês, um documentário que mostra o cotidiano de Fernando de Noronha, uma realidade dificilmente percebida por quem só passa sete dias de férias aqui. Acompanhe pelo blog essa experiência.

 

Quem somos:

Camilla Shinoda

Cauê Maia

Leonardo Feijão

Melissa Mustefaga

João Queirolo

Rebeca Damian

 

 

 

 

 

 

 

Categorias